ABIHRN

Dia Nacional do Profissional de Eventos

Hoje é a data dedicada nacionalmente ao profissional de eventos. A data é uma oportunidade para alertarmos para a grave situação que estes profissionais enfrentam. Ao longo do período da pandemia, conversei com muitos deles e escutei relatos dramáticos de profissionais passando necessidades, de microempresas sem recursos para pagamento de seus colaboradores ou de negócios iniciados há anos a beira da falência. Além da situação triste, o que mais escutei: queremos trabalhar dignamente, com responsabilidade e seguindo os protocolos sanitários.

Ainda no segundo semestre do ano passado, os representantes do setor de eventos discutiram com as autoridades sanitárias estadual e municipais formas de retomar suas atividades, assegurando a saúde dos participantes e funcionários dos eventos. Os protocolos sanitários foram definidos, os investimentos em equipamentos e treinamentos de colaboradores foram realizados e, pouco tempo depois, tudo passou a ser proibido de novo.

Tenho certeza que todo profissional de eventos compreende a gravidade da pandemia e tem a devida empatia com cada um que perdeu seu ente querido para a COVID-19. O que estes profissionais não conseguem entender é por que algumas atividades de risco análogo a assistir uma palestra, por exemplo, podem acontecer e os eventos não. Também não entendem o porquê do debate público sobre a retomada de suas atividades ter sido tão cerceado, para não dizer que praticamente interditado.

O cerceamento deste debate levará a grandes prejuízos para nosso Estado. Em levantamento realizado pelo Natal Convention Bureau, até hoje, 37 eventos captados pela instituição foram cancelados ou adiados desde o início da pandemia. Estes eventos trariam para nosso Estado 74.950 participantes e 36.726 acompanhantes com permanência média de 5,5 dias e gasto médio diário de 516 reais, totalizando 317,2 milhões de reais. Estes dados demonstram o tamanho do impacto de um ano de severas restrições e de suspensão de atividades.

Em alguns países, eventos testes estão sendo realizados com resultados promissores. Alguns Estados do país iniciaram processos de retomada do setor e divulgaram protocolos para o mercado. Os profissionais de eventos do RN esperam o mesmo, conscientes que existem eventos de maior risco que outros, dependendo da sua natureza e da quantidade de participantes. Eles estão dispostos a debater a retomada gradual e responsável de cada um deles, considerando cada uma de suas particularidades.

Hoje, não há muito o que comemorar, mas lembramos que organizadores, promotores, técnicos de iluminação, de filmagem, operadores de equipamentos, recepcionistas, seguranças, montadores de stands e tantos outros profissionais de eventos merecem respeito e dignidade. Eles merecem ser olhados pelas autoridades com a consideração necessária para que retornem aos seus trabalhos o quanto antes, com segurança e seguindo os protocolos sanitários.

Por fim, deixo uma mensagem de esperança. Existe uma demanda reprimida a ser atendida. As pessoas querem voltar a se encontrar, a interagir profissionalmente, a desenvolver seu networking, a se atualizar em encontros de suas áreas de conhecimento. Para que isso aconteça, a manutenção dos empregos dos profissionais de eventos é fundamental. Ela garantirá uma retomada do turismo de eventos que será importantíssima no processo de recuperação econômico pós-pandemia.

O desafio é enorme, mas com a união de todos, iniciativa privada e poder público, passaremos por esta tormenta e sairemos mais fortes para a retomada.

Por George Gosson

Presidente do Natal Convention Bureau