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Pesquisa da Fecomércio RN traça perfil do turista potiguar na alta estação 2020/2021

Estudo destaca SP, PB, PE, RJ e CE como principais polos emissores, menor renda per capita média e maioria dos visitantes chegando de carro ao estado 

O turismo foi um dos setores mais afetados pela pandemia da Covid-19. Depois de cerca de seis meses praticamente sem funcionar, hotéis, bares, restaurantes e demais estabelecimentos reabriram suas portas de forma gradativa, e seguindo protocolos rígidos de segurança biossanitária. E para saber quem é o turista que veio ao Rio Grande do Norte neste período, o Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos da Fecomércio RN entrevistou entre os dias 5 e 20 de janeiro, 1.350 visitantes em diversas cidades turísticas do estado. 

Segundo o estudo, 54,9% destes turistas eram homens; 62% tinham entre 25 e 44 anos; 69,4% possuíam ensino superior ou graduação; 77,8% viajavam com familiares; 96,8% residiam no Brasil. Cerca de 25,2% dos turistas eram do próprio RN e 71,6% eram turistas de outros estados do país. Dentro do grupo de viajantes nacionais, temos turistas vindos de São Paulo (16,2%); Paraíba (7%); Pernambuco (7%); Rio de Janeiro (6,8%); Ceará (6,6%); Minas Gerais (6,1%); entre outros. 

Os resultados demonstram que a maioria dos turistas (61,3%) já visitou ou já conheciam o destino. Entre os turistas nacionais e internacionais, verificou-se que 51,8% e 51,2% deles, respectivamente, estavam visitando o estado pela primeira vez; em uma viagem planejada com pouca antecedência – 67,8% decidiram viajar pelo RN há menos de dois meses. 

Com relação à permanência, 31,2% do público pesquisado informaram que estavam realizando uma viagem mais curta, com duração de, no máximo, três dias, a lazer/turismo (89,4%). Para virem ao RN, os turistas foram motivados pela qualidade do destino (43,3%) e pela variedade dos atrativos (41,1%); influenciados por comentários de parentes e amigos (43,8%). A maioria dos turistas se hospedaram em pousadas (27,7%) ou hotéis (25,7%). 

O perfil mostra ainda que 56,4% dos visitantes revelaram possuir renda mensal individual acima de três salários mínimos, sendo que a renda média foi de R$ 4.644,85. Em 2020, a renda média tinha alcançado o valor de R$ 5.046,23. Quando analisada a renda média dos viajantes de acordo com a origem, os turistas residentes no RN possuem rendimento médio individual de R$ 3.607,16 enquanto que os turistas de outros estados do país dispõem de renda média de R$ 4.957,98. Já os turistas estrangeiros apresentaram rendimento médio de R$ 5.870,93. 

Para chegar ao destino, 50,2% dos turistas utilizaram o carro como meio de transporte, seguido pelo transporte aéreo (39,4%). Outro dado investigado na pesquisa foi sobre a mobilidade interna dos turistas, sobre o modo como o visitante se locomoveu dentro do Estado. No geral, a maior fatia (45,3%) dos visitantes utilizou carro próprio para o deslocamento. 

No que se refere aos locais que os turistas mais frequentaram durante o passeio, observou-se que as praias seguem como os atrativos mais visitados (94,8%); seguidas dos bares/restaurantes (78,5%); centros de artesanato (40,6%); shoppings/comércio (27%); atrativos históricos e culturais (13,7%); casas noturnas (11,4%); cidades do interior (8,7%); entre outros. 

Do total de entrevistados, 93% declararam o quanto gastaram na viagem. O gasto médio diário no passeio, por indivíduo, foi de R$ 216,41. Em 2020, o valor computado foi de R$ 274,45. Sendo que os visitantes que vieram de outros estados e outros países são os que deixam maior receita no destino, de R$ 240,36 e R$ 258,14, em média, por indivíduo/dia, respectivamente. Os potiguares que estavam fazendo turismo pelo Estado gastaram, em média, R$ 143,57 por indivíduo/dia. 

O local de hospedagem é outro fator relevante no gasto do visitante. Aqueles que se hospedam em hotéis e flats são os que registram os maiores gastos diários por pessoa (de R$ 297,05 e R$ 249,49, respectivamente). Os menores gastos diários per capita foram registrados entre os visitantes que fizeram uso de albergue/alojamento (R$ 123,00 por indivíduo/dia) ou hospedaram-se em casa de parentes e amigos (R$ 141,81). 

Frente ao contexto gerado pela pandemia da Covid-19, a pesquisa revelou que quase 70% (exatos 69,9%) dos entrevistados disseram se sentir seguros com os protocolos de segurança adotados no Rio Grande do Norte. Sendo que este item foi mencionado por 37% das pessoas como relevante para a escolha do destino, como também a estrutura turística do destino (23,7%); e o baixo fluxo de turistas (13,9%). 

A pesquisa mostra que em torno de um terço (33,4%) dos turistas ou acompanhantes que estiveram no RN já tinham testado positivamente para o novo Coronavírus. Ao mesmo tempo que a maior parte (66,6%) dos turistas ou seus acompanhantes afirmou não ter testado positivo para a Covid-19. 

No geral, nesta temporada, o RN foi um destino aprovado por 93,5% dos visitantes. Os atrativos naturais do estado obtiveram 98,1% de avaliação ótima ou boa. A hospitalidade do povo ficou em segundo lugar entre os itens mais bem avaliados, com 96,3% de aprovação. Itens como bares/restaurantes (93,7%); passeios oferecidos (91,6%); empresas/serviços de receptivo (88,8%) e equipamentos de lazer (88,6%) também obtiveram uma boa nota. Bem como os guias de turismo (87,2%); serviços de táxi/transporte por aplicativo (86,3%) e diversões noturnas (86%) com avaliações de ótimo ou bom.