Com o turismo brasileiro em franca expansão e o mundo de olho no país como anfitrião da COP30, o setor se prepara para um novo ciclo de desafios e oportunidades em 2026. Diante desse cenário, convidamos as principais entidades e lideranças do trade a responderem uma pergunta essencial: qual deve ser a prioridade do turismo brasileiro no próximo ano? As respostas refletem diferentes perspectivas, mas convergem em um ponto: é hora de transformar o potencial em ação, consolidando o turismo como um dos pilares estratégicos do desenvolvimento nacional.
Qual deve ser a prioridade do turismo brasileiro no próximo ano?
FBHA
“Em 2026, esperamos que o setor turístico nacional se consolide como vetor econômico estratégico para o Brasil. Isso passa, essencialmente, por políticas públicas que incentivem a melhoria da infraestrutura dos destinos turísticos, ampliação da malha aérea e viária e permanente qualificação da mão de obra — especialmente nos setores de hospedagem e alimentação, que são portas de entrada da experiência do visitante. Também é fundamental fortalecer a segurança jurídica para o empresariado, promover o Brasil de forma mais eficiente no mercado internacional e estimular o turismo doméstico por meio de incentivos à conectividade e à diversificação dos destinos. Com diálogo entre os setores público e privado, o turismo terá um papel de destaque na geração de empregos e na movimentação da economia em todas as regiões do país”.
– Alexandre Sampaio, presidente da FBHA

Unedestinos
“Em 2026, a principal pauta do turismo será a sustentabilidade aliada à inovação digital. O setor deverá priorizar práticas que respeitem o meio ambiente e promovam o desenvolvimento local. Viajantes buscarão experiências autênticas, imersivas e personalizadas e, nas viagens de negócios, o bleisure, que alia compromissos profissionais a momentos de lazer. A transformação digital será essencial, com uso de inteligência artificial, realidade aumentada e automação. Destinos alternativos e menos explorados ganharão espaço, evitando a superlotação dos tradicionais. A qualificação da mão de obra será crítica para elevar a qualidade da experiência turística, e infraestrutura básica e conectividade precisarão ser reforçadas. O setor público deve criar incentivos para o turismo verde e descentralizado. Políticas públicas e parcerias entre governos, comunidades e empresas serão chave. O marketing, por sua vez, deverá promover não apenas o destino, mas também seus valores sustentáveis e culturais”.
– Toni Sando, presidente da Unedestinos

Braztoa
“Em 2026, acreditamos que a Reforma Tributária deve ser uma das pautas centrais para o turismo, garantindo que o setor siga competitivo em relação a outras atividades econômicas e possa ampliar ainda mais sua contribuição para o desenvolvimento do país. Ao mesmo tempo, é importante reforçar que o turismo precisa seguir atento, maleável e resiliente. Assim como em 2024, teremos pela frente um cenário cheio de desafios. Mais do que crescer em números, precisamos buscar um crescimento responsável e sustentável em todos os aspectos — econômico, social, cultural e ambiental. Isso significa pensar em um turismo preparado para o futuro, que se desenvolva de forma equilibrada e esteja sempre conectado às transformações do mundo, garantindo sua relevância e contribuição para as próximas gerações, sendo cada vez mais reconhecido como um motor de desenvolvimento para o Brasil”.
– Marina Figueiredo, presidente executiva da Braztoa

Alagev
“Transformação sustentável e digital. Em 2026, acreditamos que a prioridade do setor corporativo deve estar na combinação entre sustentabilidade e transformação digital. Mais do que uma tendência, trata-se de uma necessidade: alinhar práticas responsáveis, inclusivas e de baixo impacto com tecnologias que tragam eficiência, personalização e segurança. O segmento só continuará crescendo se conseguir equilibrar propósito, inovação e experiência humana. O turismo de negócios e eventos continuará sendo um dos grandes motores econômicos do país. Em 2026, a prioridade deve ser fortalecer a gestão de viagens corporativas e eventos como indutores de desenvolvimento, garantindo políticas mais transparentes, sustentáveis e inovadoras, que valorizem tanto os viajantes quanto as empresas e destinos envolvidos”.
– Luana Nogueira, diretora executiva da Alagev

Abear
“A Abear defende a implementação de políticas de estímulo à demanda para potencializar o turismo e ampliar o acesso da população ao transporte aéreo. Essas políticas devem vir acompanhadas de medidas de redução dos custos do setor, que viabilizem a democratização da aviação e a expansão da malha aérea em direção à aviação regional. Hoje, 60% dos custos do setor aéreo são atrelados ao dólar, o que compromete a sustentabilidade financeira das companhias. A Abear acredita que a aviação é um vetor de integração e desenvolvimento econômico do país, e um novo ciclo virtuoso passa pela inclusão da classe C no transporte aéreo. É isso que vai garantir o crescimento inclusivo e sustentável da indústria”.
– Juliano Noman, presidente da Abear

ABIH Nacional
“O turismo precisa ocupar um espaço central nas discussões eleitorais de 2026. Trata-se de um setor estratégico que ainda carece do devido reconhecimento por parte do poder público, bem como de políticas estruturantes que estimulem seu desenvolvimento sustentável. Entre as pautas prioritárias, destacam-se investimentos em infraestrutura turística, programas de qualificação profissional voltados à hospitalidade, revisão da carga tributária e das legislações trabalhistas específicas para a hotelaria, além de medidas que facilitem o ingresso de turistas estrangeiros no país. Também é imprescindível ampliar o acesso a linhas de crédito para empreendimentos do setor e promover o Brasil de forma consistente como destino competitivo e atrativo. A hotelaria brasileira vive um momento de expansão, no entanto, para que esse avanço se consolide, é necessário que haja políticas públicas que acompanhem e potencializem esse investimento”.
– Manoel Linhares, presidente da ABIH Nacional

Fonte: Mercado & Eventos
 
								 
															 
								