A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio-RN) e o relator do processo que analisa o pedido de tombamento do antigo Hotel Reis Magos no Conselho Estadual de Cultura, Diógenes da Cunha Lima, se disseram a favor da demolição do prédio, protagonista de uma disputa envolvendo o setor econômico potiguar e aqueles que desejam seu tombamento.
“Ninguém pode negar a importância que o Hotel dos Reis Magos teve no passado. Todavia, o local está fechado há 20 anos e não está funcionando. Era prejudicial para a empresa explorá-lo. Hoje, os alicerces estão em ruínas”, apontou Diógenes.
A Câmara Empresarial do Turismo da Fecomércio também se posicionou favoravelmente à demolição da estrutura do Hotel Reis Magos. Através de uma nota, publicada no site da instituição, a Câmara afirmou que o destino do imóvel deveria ser definido pelo grupo empresarial que o adquiriu, já que se trata de uma questão de exploração comercial.
“Com isso, o grupo estará, a nosso ver, consolidando um importante primeiro passo para que aquela região da cidade possa retomar o rumo do desenvolvimento social e econômico sustentável, com o devido respeito às leis, ao meio ambiente, à história e à cultura do nosso estado, dogmas que fazem parte do que entendemos ser o caminho certo para que o turismo potiguar consiga ampliar o seu leque de produtos e, com isso, seu potencial de atração de visitantes, com reflexos diretos, profundos e positivos na economia norte-riograndense”, opinou a entidade.
Cunha Lima ainda avaliou que, melhor que “preservar os destroços de um passado interessantíssimo que ajudou muito o Rio Grande do Norte”, há três coisas importantes para Natal: criar emprego, renda e tributos. “Se fechar com o tombamento, vai continuar como está, porque ninguém de bom senso vai jogar dinheiro público lá”.
O Conselho Estadual de Cultura votou há algumas emanas, por ampla maioria (9 a 1), contra o tombamento da estrutura que ainda resta do antigo hotel, à mostra em plena orla urbana, na praia do Meio.
Segundo Diógenes, existem laudos técnicos que comprovam o estado avançado de deterioração do prédio e os altos custos de uma possível obra de recuperação. Os números apresentados por Diógenes da Cunha Lima indicam um valor superior a dez vezes no custo de uma reforma, em relação à opção de derrubada do hotel e construção de um prédio novo no mesmo local.
O grupo Hotéis Pernambuco, proprietário do antigo Hotel Reis Magos, na Praia do Meio, em Natal, recebeu, desde o mês de maio, o aval do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife, para a demolição do imóvel que está abandonado e em péssimo estado de conservação. A decisão foi concedida por maioria de votos dos os desembargadores do TRF5, negando provimento à apelação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, que desejava impedir a demolição. O relatório do Conselho Estadual de Cultura ratificou a decisão judicial, posicionando-se contra o tombamento do prédio e a favor do processo de derrubada.
Fonte: Agora RN
